2 de junho de 2009

Como é grande o meu amor por você...

Foto: picasaweb.google.com/.../CgtA3fbLpdEjP3Amu-S4cw



Uma paisagem, muitas lágrimas e uma sensação de porto seguro. Quando o carro cruzou a divisa de Pernambuco com a Paraíba nem me dei conta, mas foi no domingo a tardinha andando entre os casarios da rua Maciel Pinheiro indo para o Hotel Globo, no Centro Histórico de João Pessoa, fui me sentido preenchido, pleno... chegando ao Largo da Igreja de Frei São Pedro Gonçalves, a galeria de imagens afetivas vieram feito avalanche e uma constatação: como é grande o meu amor por você, João Pessoa.

Nestas ruas foi onde amei o meu melhor e mais pleno amor, foi onde os beijos trocados molhados de prazer eram mais intensos regados à luz da lua cheia e uma brisa de verão. O céu desbotado ou límpido foram cenários diferenciados para minhas tardes de desestresse na minha fase de estagiário de comunicação.

O pôr-do-sol no Hotel Globo é mágico e único pra mim. É a vista mais bucólica e linda que guardo e trago comigo na lembrança, independente do lugar que eu vá. Nada se compara àquele céu amplo com o mangue ao fundo de cenário para Rio Sanhauá, as garças bailando entre o verde e a lama, os pescadores solitários em suas canoas no vai e vem do rio e, lá embaixo, no Porto do Capim, alguém que passa a pé pelos trilhos do trem no cotidiano da Cidade Baixa.

Meu encanto é tamanho que, rever o pôr-do-sol, é como se estivesse apreendendo a imagem pela primeira vez. Sempre foi no Hotel Globo que fui chorar minhas desventuras amorosas, minhas crises existenciais. É o parceiro de minhas angústias e alegrias. É sempre lá que volto para agradecer pela exuberância que tem diante de meus olhos. Não dá pra falar do Hotel Globo e seu pôr-do-sol sem marejar os olhos. É meu encanto, meu sonho, meu aconchego. É o lugar que eu apresento como um pedaço da "minha casa" para amigos e visitantes como o mais especial da cidade.

Não por acaso, neste meu retorno no último fim de semana a João Pessoa meu olhar mais atento do que o de costume e percebeu na placa de inauguração um texto sobre o Centro Histórico. Imediatamente me veio à memória afetiva a imagem de Chico Viola com seu canto arcaico e rasgante os versos de 'Varadouro' de Políbio Alves, no Festival de Música Popular do Sesc, há anos. Não por acaso novamente, os versos eram do mestre Políbio Alves. Poeta apaixonado pelo Varadouro é o personagem que deveria ter uma imagem dele escrevendo versos para que todo turista ou paraibano pudesse sentar e perpeturar aquele momento ao lado de um homem tão íntegro em sua arte e em seu amor, pelo também meu amor, o Varadouro. Conter, não me contive. Copiei no celular o texto, que me tocou e me levou rumo ao Hotel Globo.



"Nesse arremate íntimo

transnudasse uma cidade

morta e viva

viva e morta

e o Varadouro ainda pulsa, vive

retrata veias

e o coração da cidade velha"


Políbio Alves
Bravos celebrantes
Este post também é uma celebração aos encontros que tenho tido nessa fase partida-chegada. A meus amigos que conheci no orkut nos bate-boca da vida, Nando e Edí... a noite do domingo foi tão agradável, papo, lanche, risadas, enfim bom demais.
E a meus novos colegas de trabalho e cúmplices do dia a dia Tiago, Silvana e Maria Helena. Tem sido bom poder rir mesmo quando o mundo está desabando.
E a um dos caras mais fantásticos dos últimos tempos, Dieguito.

3 comentários:

Edi Figueiredo disse...

Não deixe nunca de chegar, pra sempre nos brindar com sua presença tão intensa e gostosa e textos dessa magnitude. Amei!!

Belle disse...

Vamos voltar ao ritmo normal de escrecer?
Estou com saudades....
XÊro!

Unknown disse...

Eita, que a nossa cidade é bela mesmo.
E como diz o velho ditado popular: o bom filho a casa torna. Oh João Pessoa boa de se viver.